sexta-feira, 2 de abril de 2021
domingo, 21 de março de 2021
A faixa tem significados que vão além do de simplesmente amarrar o uniforme.
Marrom:
Mistura do vermelho com o preto que significa sólido como a terra, forte como uma rocha. Bases firmes com conhecimentos enraizados que jamais serão perdidos. Conquista-se esta graduação a partir dos 18 anos, após um ano e meio a dois anos de faixa roxa.
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quinta-feira, 18 de março de 2021
Roxa
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sábado, 13 de março de 2021
Azul:
sexta-feira, 5 de março de 2021
Verde:
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Laranja:
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Cinza:
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BRANCA:
Esta é a cor que reflete todas as cores e significa que existe a pureza e a inocência do aluno diante do desconhecido e que ele deve manter a mente limpa para absorver os novos aprendizados e a paz interior para enfrentar os desafios vindouros, que não são poucos. A única certeza para esta faixa é que ela está longe de significar “partir do zero”, pois o passo número um foi dado quando o aluno iniciante se dispõe a entrar no tatame e se dedicar ao jiu-jitsu. É a primeira faixa para iniciantes de qualquer idade.
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
11 BENEFÍCIOS DO JIU JITSU INFANTIL PARA O SEU FILHO
1. UMA ÓTIMA
ESTRATÉGIA ANTI BULLYING
Em minha época de escola
presenciar agressões e humilhações de colegas era algo bastante comum.
Segundo o terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa) 2015, um em cada 10 estudantes são vítimas frequentes
de bullying*. Em
evidência atualmente, este tipo de comportamento interfere no desenvolvimento
do jovem.
A arte suave é uma ótima forma de aprender
técnicas para a vida real. O Jiu Jitsu infantil ensina para os pequenos
praticantes a defenderem-se em situações difíceis. Assim como ensinado
pela família Gracie, o princípio da arte suave é que o menor e
mais fraco consiga se defender de oponentes maiores. Sempre com a mentalidade
de que o primeira escolha é evitar o conflito, é melhor saber e não precisar do
que precisar e não saber.
Ao praticar o Jiu
Jitsu infantil o praticante estará preparado para não ser mais um alvo. Com uma
mudança de postura o jovem começa a se sentir mais seguro e consegue conversar
com o agressor. O respeito aprendido no tatame faz com que a criança conviva
com as diferenças, sem ver prazer em agredir ou humilhar outro ser humano. Além
disso, o seu senso de justiça o fará nunca assistir sem se manifestar a uma
covardia.
2. JIU JITSU
INFANTIL OFERECE EXEMPLOS
Um conceito bastante difundido na sociedade é que somos influenciados pelo meio onde vivemos. Como nossos pais e avós diziam “Diga-me com quem andas e lhe direi quem és”. No mundo dos negócios existe uma afirmação de um brilhantes escritor e palestrante que é a seguinte “Nós somos a média das cinco pessoas que mais passamos o tempo. Todas essas informações trazer a importância de boas influências em nossa vida. De uma forma ou de outra, as influências estão presentes em nossa vida, mesmo sem percebermos. E isso não tem problema nenhum. O ponto aqui é o seguinte: O que você quer para a vida de seu filho e com quem você quer que ele ande?
Com a prática do Jiu Jitsu infantil, a
criança aprenderá todo um estilo de vida. Ser um “Jiujiteiro” vai muito
além do kimono ou orelhas de couve flor. Um bom caráter e personalidade serão
determinantes para a sua forma de olhar a vida. Cercá-lo de bons exemplos de
saúde, ética e respeito fará uma enorme diferença na sua formação. Como uma
bússola, o professor serve de guia para uma alimentação saudável, disciplina e
superação de desafios.
3. SAÚDE DE FERRO
Colocar atividade física na vida do seu filho é fundamental para mantê-lo saudável e longe da obesidade. Decorrente principalmente do sedentarismo, este problema está cada vez mais presente na vida dos pais. Em um mundo onde os videogames e tablets são um dos passatempos preferidos das crianças, fazer eles se movimentarem pode ser um desafio. Uma ação preventiva contra as doenças da vida adulta, um metabolismo acelerado ajuda também na escola. Com um maior poder de concentração o aprendizado e desempenho dentro da sala de aula também evoluem. Praticar o Jiu Jitsu infantil é uma alternativa divertida para manter o jovem com uma vida mais saudável.
#DicaDoMestre: Não esqueça da alimentação ! Para que o seu filho leve uma vida saudável ensine a ele sobre
nutrição. Saber o que comer para seu corpo funcionar bem é um conhecimento
necessário para a vida.
4. UMA VIDA
EQUILIBRADA
Assim como o
triângulo na arte suave, o fundamento do mestre deve ser estável. Representando
que independente do lado que cair, o Triângulo Gracie sempre tem uma base
sólida. Os três lados representam a mente, o corpo e o espírito – as três
valencias a serem dominadas no Jiu Jitsu.
O triângulo, um dos símbolos da arte suave,
representa o equilíbrio. O Jiu Jitsu infantil é conhecido por
ensinar equilíbrio e boa coordenação motora. Uma ótima forma de aprendizado é
buscar fazer as técnicas que o professor ensinou e aplicar durante o treino.
Assim, as crianças aprendem a importância de prestar atenção a sua volta.
É perceptível a
diferença em crianças que praticam a arte suave por um tempo. Uma melhor
postura e habilidades motoras desenvolvidas ajudam para que a pessoa se torne
mais flexível e em sintonia com o seu corpo. Isso gera uma vida com menos lesões
e um corpo mais saudável.
5. O JIU JITSU
INFANTIL DEIXA MAIS INTELIGENTE
Segundo uma pesquisa realizada na UNICAMP na Faculdade de Educação Física, o exercício físico aumenta o resultado em testes de raciocínio lógico. Mesmo aplicado em um esporte diferente, os benefícios do esporte para o cérebro são reais. Aumentando a capacidade de raciocinar do seu filho, ele colherá benefícios como um melhor desempenho na sala de aula. Estas são algumas das coisas que adquirimos dentro do tatame e colhemos os frutos fora dele. Através do Jiu Jitsu infantil a criança desenvolve muito mais do que apenas a parte física. Como um xadrez humano, a arte suave te desafia a cada dia de treino a ser um ser humano melhor.
6. PARA QUE ELE
CONFIE NO SEU POTENCIAL
Se sentir no controle é algo muito importante para uma vida feliz. Com um sistema de graduação bem definido, ao passar por essa jornada a autoconfiança vai sendo construída automaticamente. A criança ganhará um sentimento de auto-realização ao aprender novas técnicas e sair da faixa branca que levará para a sua vida. Com o Jiu Jitsu infantil o seu filho conquistará com o tempo a confiança para resolver seus problemas. Dessa forma, com o surgimento de oportunidades em sua caminhada ele terá força para enfrentar os desafios. Sabemos que na vida devemos persistir em busca dos nossos sonhos e para esta tarefa a arte suave é um ótimo aliado.
7. RESPEITAR A
TODOS
Assim como muitas
artes marciais o Jiu Jitsu infantil exige respeito. Pedir licença ao entrar no
tatame, seguir as instruções do professor e aprender sobre hierarquia farão a
criança ter uma ótica diferente fora do tatame. Além de a possibilidade de
formar um possível grande atleta, ao matricular seu filho na arte suave com
certeza você estará formando um grande ser humano.
Esse respeito
aprendido dentro da academia fará com que ele tenha sucesso fora dela. Na
escola e em casa o comportamento ao se tornar praticante desta arte marcial
muda. Tratando os outros como gostaria de ser tratado, esse jovem será uma
influência positiva aonde estiver. O esporte funciona como um uma força que faz
o jovem ser mais respeitoso com seus pais, professores e amigos.
#DicaDoMestre: Visite a academia! Conhecer o ambiente de
treino antes de matricular seu filho é muito importante. Um tatame limpo e uma
turma de Jiu Jitsu infantil são diferenciais que farão diferença na adaptação
da criança no esporte.
8. DISCIPLINA NO
JIU JITSU INFANTIL
Estimular o foco mental é muito importante para a criança. Em um mundo com cada vez mais crianças hiperativas, saber se concentrar virou uma grande habilidade. Por ter que aprender as técnicas olhando as instruções do professor, o aluno deve estar muito atento a todos os ajustes para que a posição funcione. Além da parte da observação a prática também conta muito. Cobrar não só o desempenho no tatame, mas também em casa e na escola é um dos benefícios do Jiu Jitsu infantil. Um jovem mais disciplinado terá chance de aprender a arte suave de forma cada vez mais efetiva.
9. SE CONHECER MELHOR
Para saber onde queremos chegar é muito importante saber onde estamos. Se conhecer é uma grande dificuldade, principalmente a imensidão de coisas que nos fazem buscar soluções fora. Acreditamos muitas vezes que com um carro novo, uma casa maior ou mais dinheiro seremos felizes. Saber quais as nossas qualidades, do que gostamos e como funciona o nosso corpo fará a diferença de escolher os nossos objetivos. O Jiu Jitsu infantil faz com que, para ser bem sucedido dentro do tatame, você precise se entender. Aprender a “se resolver” vai ser um ótimo motivo para quem quer matricular seus filhos na arte suave.
10. TRABALHO EM
EQUIPE E CRIE NOVOS AMIGOS
É impossível fazer Jiu Jitsu infantil e não
se socializar. Um fator importante para que a criança cresça saudável, muitas
grandes amizades surgem dentro do tatame. Os momentos de “briga” e aprendizado
criam laços ainda mais fortes. Uma das coisas que mais me chama atenção neste
esporte é justamente a sua força para desenvolver qualidades como a cooperação,
parceria e amizade. Ajudar o parceiro de treino a ser melhor é um objetivo que
ganhamos logo ao colocar o kimono de Jiu Jitsu.
Uma das tarefas do
professor é encorajar as crianças a ajudar e motivar uns aos outros. Se tornar
melhores como um grupo em tudo o que eles fazem vai ensiná-los a “levantar” os
amiguinhos. É muito importante para a criança entender e colocar em prática um
ambiente social positivo com a sua equipe.
11. O JIU JITSU
INFANTIL É DIVERSÃO
Ainda sim, o maior benefício do Jiu Jitsu infantil é a alegria ao treinar. Apaixonados pelo esporte, os baixinhos ficam cada vez mais encantados com as possibilidades da arte suave. Este é um esporte que exige muito força física e mental, por isso as suas recompensas pelo trabalho duro fazem tudo valer a pena. Independente de como foi meu dia, acredito que a hora do treino é um dos momentos mais felizes. Colocar o kimono e rever meus amigos faz com que o dia feche com chave de ouro. Se divertir para mim com certeza é um sentimento que aparece muito a cada vez que piso no tatame.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021
SISTEMA DE GRADUAÇÃO IBJJF
Faixas de praticantes a partir dos 16 anos
Branca - Qualquer idade
Azul - 16 anos ou mais
Roxa - 16 anos ou mais
Marrom - 18 anos ou mais
Preta - 19 anos ou mais
Vermelha e preta - 50 anos ou mais
Vermelha e branca - 57 anos ou mais
Vermelha - 67 anos ou mais
A graduação dos praticantes também obedece aos seguintes períodos mínimos de permanência em cada cor de faixa:
Praticantes entre 04 e 15 anos – não há período mínimo de permanência em cada faixa.
Praticantes de 16 e 17 anos
Branca – não há tempo mínimo
Azul – não há tempo mínimo
Roxa – 2 (dois) anos
Praticantes a partir dos 18 anos da faixa branca à faixa marrom
Branca – não há tempo mínimo
Azul – 2 (dois) anos
Roxa – 1 (um) ano e meio
Marrom – 1 (um) ano
Praticantes a partir da faixa preta*
Preta – 31 anos
Vermelha e preta – 7 anos
Vermelha e branca – 10 anos
Vermelha – indefinido
*Os períodos citados nesse tópico são fixos e não mínimos e determinam o tempo que cada praticante deverá permanecer em cada faixa.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
BREVE HISTÓRICO DO JIU JITSU
O Jiu-Jitsu brasileiro ou,
lá fora, o Brazilian Jiu-Jitsu ou BJJ
(grafado também como jujitsu ou jujutsu) é uma arte marcial de raiz japonesa que se
utiliza essencialmente de golpes de alavancas, torções e pressões para levar um
oponente ao chão e dominá-lo. Literalmente, jū em japonês
signfica “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”,
“técnica”. Daí seu sinônimo literal, “arte suave”.
Sua
origem secular, como sucede com quase todas as artes marciais ancestrais, não
pode ser apontada com precisão. Estilos de luta parecidos foram verificados em
diversos povos, da Índia à China, nos séculos III e VIII. O que se sabe é que
seu ambiente de desenvolvimento e refinamento foram as escolas de samurais, a
casta guerreira do Japão feudal.
A finalidade de sua criação se deu pelo fato
de que, no campo de batalha ou durante qualquer enfrentamento, um samurai
poderia acabar sem suas espadas ou lanças, necessitando, então, de um método de
defesa sem armas. Como os golpes traumáticos não se mostravam suficientes nesse
ambiente de luta, já que os samurais vestiam armaduras, as quedas e torções
começaram a ganhar espaço pela sua eficiência. O Jiu-Jitsu, assim, nascia de
sua contraposição ao kenjitsu e
outras artes ditas rígidas, em que os combatentes portavam espadas ou outras
armas.
A
arte marcial ganhou novos rumos quando um célebre instrutor da escola japonesa
Kodokan decidiu ganhar o mundo e provar a eficiência de seus estrangulamentos e
chaves de braço contra oponentes de todos os tamanhos e estilos: Mitsuyo Maeda,
um filho de lutador de sumô nascido no povoado de Funazawa, cidade de Hirosaki,
Aomori, no Japão, em 18 de novembro de 1878, e falecido em Belém do Pará a 28
de novembro de 1941.
Eterno defensor das técnicas de defesa pessoal do Jiu-Jitsu, Maeda embarcou para os Estados Unidos em 1904, em companhia de outros professores da escola de Jigoro Kano. À época, graças aos laços políticos e econômicos entre Japão e EUA, as técnicas japonesas encontravam grandes e notórios admiradores em solo americano. Em 1903, por exemplo, o presidente Theodore Roosevelt tomara aulas com o japonês Yoshiaki Yamashita. Nos EUA, o ágil japonês começou a colecionar milhares de combates e adversários tombados pelo caminho, em países como a Inglaterra, Bélgica e Espanha, onde sua postura nobre fez nascer o apelido que o consagrou, Conde Koma. De volta à América, o lutador fez diversas apresentações e desafios em países como El Salvador, Costa Rica, Honduras, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Argentina. Em julho de 1914, o valente japonês de 1,64m e 68kg, segundo consta, desembarcaria no Brasil para fincar raízes e mudar a história do esporte.
Maeda
colecionaria histórias saborosas em terras brasileiras. Após rodar pelo país, o
faixa-preta de Jiu-Jitsu se estabeleceu em Belém do Pará. Certo dia, encarou o
desafio de um capoeirista conhecido como “Pé de Bola”, de cerca de 1,90m e
quase cem quilos. Maeda não se fez de rogado e ainda deixou o ousado rival
portar uma faca na luta. O japonês desarmou-o, derrubou e finalizou o
brasileiro. Conde Koma, como se tornou tradição entre os professores de
Jiu-Jitsu, também lançava desafios para rivais famosos do boxe. Foi o que fez
com o afamado boxeador americano Jack Johnson, que jamais aceitou a luta.
Foi
Koma, ainda, que promoveu o primeiro campeonato de Jiu-Jitsu do país – na
verdade, um festival de lutas e desafios para promover o esporte desconhecido.
Os
pesquisadores Luiz Otávio Laydner e Fabio Quio Takao encontraram, na Gazeta de
Notícias, de 11 de março de 1915, as regras do evento marcado para o teatro
Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, então capital do país. Koma anunciava as
primeiras regras do nosso Jiu-Jitsu, um regulamento com dez leis simples:
1.
Todo lutador deverá se apresentar decentemente, com as unhas das mãos e dos pés
perfeitamente cortadas;
2.
Deverá usar traje kimono, que o Conde Koma lhe facilitará;
3.
Não é permitido morder, arranhar, pegar com a cabeça ou com o punho;
4.
Quando se fizer uso do pé nunca se fará com a ponta e sim com a curva;
5.
Não se considera vencido o que tenha as espáduas [costas] em terra ainda que
tenha caído primeiro;
6. O
que se considera vencido o demonstrará dando três palmadas sobre o acolchoado
ou sobre o corpo do adversário;
7. O
juiz considerará vencido o que por efeito da luta não se recorde que deve dar
três palmadas;
8. As
lutas se dividirão em rounds ou encontros de cinco minutos por dois de
descanso. Tendo o juiz de campo que contar os minutos em voz alta para maior
compreensão do público;
9. Se
os lutadores caírem fora do tapete, sem que nenhum deles tenha avisado, o Sr.
Juiz deve obrigá-los a colocar-se de novo no centro do acolchoado, em pé,
frente a frente;
10.
Substituirão em suas obrigações ao sr. Juiz os srs. Jurados. Nem a empresa nem
o lutador que vencer é responsável pelo maior mal que possa sobrevir ao
vencido, se por tenacidade não quiser dar o sinal convencionado para terminar a
luta e declarar-se vencido.
* Ficam convidados os doutores em medicina, os
representantes da imprensa local e os professores de física e esgrima que se encontrarem
no recinto a tomar parte no júri.
Em 1917, um adolescente de nome Carlos Gracie
(1902–1994) viu pela primeira vez, em Belém, uma apresentação do japonês que
era capaz de dominar e finalizar os gigantes da região. Amigo de seu pai,
Gastão Gracie, Maeda concordou em ensinar ao garoto irrequieto a arte de se
defender. Em suas aulas, ensinava a Carlos e a outros brasileiros – como Luiz
França, que mais tarde seria mestre de Oswaldo Fadda – os conceitos de sua
arte: em pé ou no chão, a força do oponente deveria ser a arma para a vitória;
para se aproximar do adversário, o uso de chutes baixos e cotoveladas deveriam
ser os artifícios antes de levá-lo para o chão. Para evolução nos treinos,
lançava mão do randori, o treino à vera com um
companheiro.
Aluno
fiel, Carlos Gracie abraçou de vez o Jiu-Jitsu e, para lamento da mãe que
sonhava ver mais diplomatas na família célebre, passou a incutir nos irmãos o
amor pela arte. Um de oito irmãos (Oswaldo, Gastão Jr., George, Helena, Helio,
Mary e Ilka), Carlos abriu, em 1925, a primeira academia de Jiu-Jitsu da
família Gracie. Nos jornais, o anúncio era uma obra-prima do marketing: “Se
você quer ter um braço quebrado procure a academia Gracie”.
O grande mestre teria 21 filhos, sendo que 13
deles se tornariam faixas-pretas. Cada membro da família passou, então, a
fortalecer a arte e a acrescentar mais um elo à corrente criada por grande mestre Carlos,
fundador e guia do clã, além do primeiro membro da família a se lançar numa
luta sem regras, a que chamou de “vale-tudo”. Foi em 1924, no Rio de Janeiro,
quando Carlos Gracie enfrentou o estivador Samuel, conhecido atleta da
capoeira.
Helio
Gracie tornou-se, rapidamente, o destaque entre os irmãos,
pelas inovações técnicas que promoveu como instrutor e pelo espírito indomável
que não combinava com o porte franzino. Em consonância com as táticas de Conde
Koma, os Gracie continuaram, no Rio de Janeiro, os desafios a capoeiristas,
estivadores e valentões de todas as origens e tamanhos. Se em pé tais
brutamontes botavam medo, no chão viravam presa fácil para os botes e
estrangulamentos que os capturavam como mágica.
As vitórias da família em lutas sem regras
foram se acumulando e virando lendas e manchetes nas primeiras páginas. Os
alunos famosos também – artistas, arquitetos,
ministros de estado, prefeitos, governadores, cirurgiões e doutores de todos os
ofícios.
Além dos desafios, os campeonatos entre
praticantes, com regras exclusivas do Jiu-Jitsu, se fortaleciam, abastecidos
por dezenas de academias diferentes. Nos anos 1960, quando Carlson
Gracie já pegara o bastão de seu tio Helio como linha de
frente do clã no vale-tudo, um passo importante foi dado para a consolidação do
Jiu-Jitsu esportivo. Em 1967, a Federação de Jiu-Jitsu da Guanabara, no Rio de
Janeiro, foi criada, sob autorização da Confederação Nacional de Desportos do
país. Entre as regras ainda primitivas, manobras como queda, montada de frente
com dois joelhos no chão e pegada pelas costas rendiam um ponto ao competidor.
A duração dos combates na categoria adulta era de cinco minutos, com
prorrogação de três. O Jiu-Jitsu ganhava oficialmente tempo e pontuações.
O
presidente da Federação era Helio Gracie, e o presidente do Conselho Consultivo
era Carlos. Seu primogênito, Carlson, era o diretor do departamento técnico. O
primeiro vice técnico era Oswaldo Fadda e o segundo, Orlando Barradas – ambos
professores de Jiu-Jitsu. João Alberto Barreto, notável aluno dos Gracie, foi
nomeado diretor do departamento de ensino, que tinha como vice-diretor um irmão
de Carlson, Robson Gracie – todos hoje grandes mestres da arte.
Nos anos 1990, a arte teve um novo boom. Em duas frentes: criado por Rorion Gracie em
1993, o Ultimate Fighting Championship deu o pontapé
inicial (no queixo) no esporte midiático conhecido hoje como MMA. A partir do
ídolo Royce Gracie, e com o suor derramado por irmãos e primos aparentemente
invencíveis como Rickson, Renzo, Ralph, Royler, Ryan, Carley e companhia, o
Jiu-Jitsu como arma de defesa pessoal estava consagrado.
Em outra frente, Carlos Gracie Jr. seguiu a
obra do pai na organização dos campeonatos e no fortalecimento da arte como
esporte regulado. Estava criada, assim, em 1994, a Federação Internacional de
Jiu-Jitsu, assim como a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu,
filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro, que hoje promovem torneios para mais de
3 mil atletas de mais de 50 países, como o Campeonato Mundial, realizado
anualmente desde 1996.
Um
século depois de Conde Koma desembarcar no Brasil, nosso Jiu-Jitsu hoje pode
ser praticado do Alasca à Mongólia, de Abu Dhabi ao Japão.
Quanto
ao Jiu Jitsu como competição, as lutas ocorrerá em áreas de luta ( tatame ),
deve ter no mínimo 64,00 m2 e no máximo 100 m2. Se a área total é de 64 m2, a
área interna, onde a luta irá acontecer, deve ser de 36,00 m2. O restante é
considerado área de Segurança, e deve ter cor diferente, no Jiu Jitsu usa-se a
força e o peso do adversário contra ele, sendo permitido, inclusive, lançar o
adversário em queda, a principal característica da modalidade são os golpes que
buscam imobilizar e neutralizar o adversário, através de golpes de articulação,
como estrangulamentos e torções das articulações, como braço, tornozelo, etc. É
permitido o uso dessas técnicas de luta de chão, com ambos deitados, são
proibidas atitudes como: atingir os órgãos genitais, morder, enfiar os dedos
nos olhos, puxar cabelo, torcer dedos, etc.
Carlos
simula golpe em Helio Gracie. Foto: José Medeiros/O Cruzeiro
Conde
Koma e trupe em Cuba, em 1912. Foto: Acervo Fabio Quio
O
Jiu-Jitsu em jornal brasileiro de 1906.